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O Facebook e a vida após a morte

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Soube, no outro dia, que as pessoas que sabem que vão morrer, podem deixar alguém a gerir a sua conta do Facebook. Isto é uma espécie de empreendimento do outro mundo, um projecto sobrenatural, muito provavelmente financiado pelo Instituto de Esoterismo de Portugal. Porra, o Facebook está mesmo muito à frente. Eu aludo ao esoterismo porque, para um gajo que sabe que a pessoa já morreu, e continua a ver publicações dela, aquilo deve arrepiar. Ficamos logo a pensar: "Ai a merda... então mas ele não tinha vestido o pijama de madeira...? De onde é que ele está a publicar aquilo?" E depois geram-se dúvidas: de onde é que vem o Wifi? Será uma net divina? E o router apanha o Céu todo? É que um gajo não está disposto a morrer e depois haver falhas na net, seria ridículo. Ou então mesmo muito azar até na morte. Mas há mais azar do que isso. Até porque quem acredita na vida depois da morte, diz que assumimos outra forma. Olhem Deus dar-nos a cara do Carlos Castro e, vocês olham para el
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Polícia, o ser imutável Eu acho que os polícias nunca despem a personagem. Faça chuva ou faça sol, indo para nos multar ou apenas para nos dar indicações, eles têm sempre aquela expressão séria, como quem diz: "Hoje pisei cocó mal saí de casa e é bom que não me apareça nenhum cão à frente". A minha questão é: será que eles mantêm essa postura em casa? Eu acho que um polícia chega a casa e continua vigilante ao que a mulher e os filhos fazem para manter a ordem caseira. O filho passa a correr à frente dele, pelo corredor fora, a brincar e ele: "Excesso de velocidade... olha-me este. Vai já de con*". "Oh filho, encosta aí na entrada da casa-de-banho." "Sim! Diz, pai." "Meu menino, ias um bocadinho depressa, não ias?" "Han?" "Sabes que cá em casa tem que se andar devagarinho, não sabes?" "O quê, pai? Sou eu, o teu filho mais novo!" E o gajo começa logo a escrever no bloco: "Ora, abuso de
A Páscoa não é destes dois No último domingo, o de Páscoa, aconteceu algo estranho. Em Barcelos, duas pessoas, um homem e uma mulher, por motivos alheios à normalidade humana, daí terem sido dois anormais, deram aos transeuntes uma cruz para eles beijarem. E eles iam lá e beijavam a cruz. Isto é tão estúpido que eu nem consigo fazer uma merda de uma piada à volta disto. Para estas pessoas, o Coronavírus que tem a doença COVID-19, a Organização Mundial de Saúde, os enfermeiros que estão a dar a peida todos os dias por nós... nada disto existe. Eu gostava de ter este tipo altíssimo de autismo, de facto. Gostava mesmo. Alhear-me do mundo desta forma e estando a viver todos os dias e não saber o que se está a passar, como estes dois atrasados mentais, está ao nível de muitas bebedeiras que eu apanhei, em que já não sabia se estava em Vénus ou Saturno, se tinha um pipi ou um pirilau ou mesmo quem eu era. E depois acho piada ao pormenor da mulher estar a limpar a cruz, depois das
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O racismo – Vá, já chega ATENÇÃO: Não vou ser mais um a escrever sobre o racismo. Já se abordou tudo e mais alguma coisa sobre isso e já chega. Daqui a nada o Marega já está branco de se falar nisso e o André Ventura preto de tanta coisa que lhe chamaram. Existe racismo e sempre vai existir. Já chega. É como porcas. Por melhores mulheres que conheçamos, haverão sempre porcas. E AINDA BEM! Mas vá, já chega. A verdade é que ainda não se detectou uma coisa, bastante simples até: nós é que alimentamos o racismo. É provocado por nós, pessoas com a noção do que fazem, animais conscientemente pensantes. Não interessa a cor da pele, somos racistas. Basta ter pele. Se fosse um animal, caga nisso. Ninguém vai discriminar um Labrador só porque é branco ou preto. A ser racista, não devíamos ser nós. Deviam ser os animais, que apenas pensam instintivamente. Nós sabemos o que andamos a fazer. Um animal não. Em vez de um branco e um preto se discriminarem entre si, gostava de ver uma iguana a d
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A Isabel dos Santos e o racismo Não, não é o racismo da Isabel dos Santos. O racismo dessa é mais financeiro. É um racismo diferente. Não é nada contra cores de pele. É mesmo contra quem tem pele. E se os cães tivessem dinheiro, também lhes era chupado dinheiro. Aliás, eu acho que já detectei, no ladrar do cão dela: "Ão! Ão! A minha cheta! Ão! Ão!" Valha-me Deus, não entendo o espanto quando se provou que a filha do ex-presidente de Angola estava envolvida em negócios ilegais. Mas alguém leu bem? FILHA DO EX-PRESIDENTE DE ANGOLA. Que é onde não há corrupção. É a mesma coisa de trazerem bronze do Algarve e as pessoas se admirarem, como fazem sempre no verão: "Que cabra! Olha para este bronze!" Não, havia de ter trazido um iceberg para guardares no congelador com carinho. Que dessa merda é que há lá. E José Eduardo dos Santos governou durante 38 anos. Realmente não é tempo suficiente para preparar uma fortuna para a filha à custa de negócios ilegais de t
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Os engates de Natal Depois de mais um Natal que se passou, apercebi-me de uma coisa que, após pensar que também aconteceu nos outros anos, é um facto real: há imensos casais que se formam no Natal. Já se sabia que era uma altura fofinha, que une as pessoas e traz o amor. Mas o pinanço não fazia a mínima ideia. E outra coisa me chama a atenção quando pensamos nisto: muitos dos namoros começam em jantares de empresa. Conheço imensos casos. O que eu não entendo. Então quer dizer, durante o ano, as pessoas trabalham juntas e não têm pinta ou chamam a atenção de ninguém. Cruzam-se todos os dias no escritório, observam-se e comentam-se. PORRA E É QUANDO UM GAJO TEM UNS CHIFRES DE RENA NOS CORNOS QUE FICA ATRAENTE?  Eu trabalhei com altas gatas (algumas eram feias mas eu incluo-as nesta categoria feminina porque tinham bigodes) e, francamente, reparava nelas sempre que elas passavam por mim. Nunca deixei de lhes olhar para o rabiosque, apreciar a sua prateleira e perceber como er
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O Natal e a Porta dos Fundos Este Natal, assistimos à típica polémica religiosa: comediantes gozaram com Jesus Cristo e foram atacados. A fachada do prédio onde está a produtora do grupo brasileiro Porta dos Fundos levou com dois cocktails molotov, motivados pelo seu episódio especial de Natal. Vamos lá a ver uma coisa. Eu compreendo perfeitamente a indignação das pessoas, principalmente as cristãs. Sim, porque a indignação de alguém que não acredita em Deus é só idiota. Há coisas que têm piada e são engraçadas por serem idiotas. Não acreditar em Deus e indignar-se quando se brinca com Deus, como se ouviu alguns iluminados ateus ou agnósticos, é só idiota, nem engraçado é. Se não se acredita, não se indigna. É a mesma coisa de quando éramos miúdos e nos chateávamos com alguém: "Já não quero ser teu amigo!" Mas depois gostávamos de brincar com os brinquedos dele porque eram melhores. Não se é amigo para umas coisas, não se é para outras. Eu não sei se há amigos